sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Manifestantes protestam contra o filme Maomé


Os protestos contra um filme de produção norte-americana que ridiculariza o profeta continuam se espalhando pelo mundo árabe nesta sexta-feira (14). Egito, Iêmen, Marrocos, Irã, Bangladesh, Sudão, Tunísia, Jordânia, Líbano e a Indonésia registraram manifestações contra os Estados Unidos, tendo como principal alvo as embaixadas americanas nas capitais.

No Líbano, nem a chegada do papa Bento 16 nesta sexta para uma visita de três dias amenizou os protestos. Cerca de 300 islamitas atacaram e colocaram fogo em um restaurante da rede KFC na cidade de Trípoli. Uma pessoa morreu e 25 ficaram feridas nos confrontos com a polícia após o ataque contra a lanchonete americana de fasta food.

A ação aconteceu pouco depois de Bento 16 desembarcar no país. Na chegada, o Sumo Pontífice defendeu a convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos e condenou o extremismo religioso.

Em Dhaka, capital de Bangladesh, os manifestantes exigem que o embaixador americano seja convocado e que um pedido formal de desculpas seja feito no parlamento, condenando o filme, enquanto em Túnis, na Tunísia, os manifestantes escalaram os muros para invadir a embaixada americana.

No Iêmen, centenas de manifestantes enfrentaram a polícia em frente à embaixada americana na capital Sana. O confronto aconteceu no acesso principal do local, bloqueado pelas forças de segurança que fizeram disparos na direção dos manifestantes e usaram canhões de água para dispersá-los.

Os manifestantes gritaram palavras e expressões de ordem como "vamos queimar o embaixador", "americano, covarde" ou "não se insulta o profeta de Alá". Ainda nesta sexta, a Irmandade Muçulmana iemenita organizou um protesto pacífico na praça Sitin, em Sana.

No Egito, a embaixada americana no Cairo também foi alvo de protestos. "Deus é o maior" e "Não há nenhum deus, senão Deus" eram os gritos entoados por manifestantes. A tropa de choque tentava dispersar o grupo com gás lacrimogêneo. Cerca de 300 pessoas se reuniram para protestar.

O presidente egípcio, Mohamed Mursi, afirmou nesta sexta-feira em Roma que o filme ofensivo ao islã constitui uma "agressão" que desvia a atenção dos verdadeiros problemas do Oriente Médio.

"Não podemos aceitar este tipo de agressão, estas tentativas de semear a discórdia. Estas ações irresponsáveis não representam nenhum bem e desviam a atenção dos verdadeiros problemas como a Síria, os palestinos e a falta de estabilidade na região do Oriente Médio", declarou Mursi após uma reunião com o presidente italiano Giorgio Napolitano.

A Irmandade Muçulmana, grupo que levou o presidente Mursi ao poder, cancelou os protestos pacíficos que tinha convocado para esta sexta devido à falta de segurança.

Em Jacarta, na Indonésia, 500 pessoas protestaram diante da embaixada americana, enquanto em Amã, capital da Jordânia, cerca de duas mil pessoas fizeram manifestações. O governo do país foi um dos que solicitou a remoção do vídeo do filme do YouTube, para evitar mais confrontos.

No Sudão, quase 5.000 manifestantes islamitas incendiaram a embaixada da Alemanha em Cartum, depois de arrancar a bandeira do país e substituí-la por um símbolo islamita. Os funcionários da embaixada estão a salvo, informou o governo alemão em Berlim. A embaixada britânica, próxima à alemã, também foi atacada.

No entanto, ainda não foi confirmado, segundo a BBC, se os protestos são contra o filme ou a lei aprovada recentemente, proibindo a circuncisão no país.

As manifestações contra o filme "Innocence of Muslims" ("Inocência dos Muçulmanos"), considerado uma blasfêmia, pela forma como apresenta Maomé, começaram na última terça-feira (11). Os primeiros protestos aconteceram no Egito e na Líbia, onde um ataque à embaixada americana em Benghazi resultou na morte de quatro pessoas, entre elas, o embaixador dos EUA no país, Christopher Stevens.

O novo primeiro-ministro líbio, Mustafá Abu Shagur, disse nesta sexta em entrevista por telefone à rede americana CNN que quatro pessoas suspeitas de participar dos ataques em Benghazi foram presas. (Com Reuters, Efe e AFP)

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